João Batista Machado é o mais respeitado homem que escreve sobre a história de Codó, município onde nasceu no ano de 1924 . É um apaixonado colecionador de fatos, contos e lendas de sua terra natal, trabalho que veio a público pela primeira vez em 1999, com o lançamento deste livro – CODÓ Histórias do Fundo Baú.
Desde o lançamento de Histórias do Fundo do Baú, João Batista Machado nunca parou de produzir. Por conta de toda esta dedicação, ele já tem pronta o que denominou de Coleção Codó – são quatro volumes à espera de publicação. Um destes livros será lançado ainda este ano.
O IMAGINÁRIO CODOENSE tem previsão para sair já na primeira quinzena de dezembro, será um livro de lendas urbanas e rurais com títulos curiosos como “O banho dos Urubus” e “A Pedra Furada”.
TEVE QUE FAZER EMPRÉSTIMO
Ele é um empolgado quando fala de seus projetos, só o vemos triste quando lembra da falta de recursos para publicá-los. Para mandar o Imaginário Codoense à gráfica, João Batista Machado teve que fazer um empréstimo no banco.
“Eu fiz o empréstimo para me acalmar os nervos, e olhar pra ele, ter certeza, que agora sai…fiz um empréstimo para publicar o livro é o jeito fazer isso”, disse ao blogdoacelio
NA GAVETA
Constam ainda na lista: Relatos de João, O Rei de Angola em Codó e O livro Secreto. Mas não há a menor previsão de lançamento dado à falta de recursos do escritor e ao abandono em que vive os representantes da literatura codoense há séculos.
“Eu não sei nem te dizer, porque eu não posso publicar, se eu pudesse eu publicava o ano todo”, reclamou-se
BANHO NÚ NA PRAÇA/FOGO NOS LIVROS
O escritor de 87 anos chegou a revelar ao blogdoacelio que já pensou até em atear fogo em suas produções e ousar tomar banho nu na praça Ferreira Bayma, em frente à Prefeitura, só para chamar a atenção de quem lida com apoio à cultura literária no município e até no Brasil, mas sempre acaba desistindo por causa da paixão que tem pelo registro da história de seu município e do respeito à quem gosta de uma boa leitura.
“tenho muita coisa pra contar, eu vou morrer, outros também vai morrer e quem vai contar essas histórias pra juventude, pras gerações futuras, por isso a necessidade de registrar”, disse angustiado o escritor
DRAMA IGUAL
Quem enfrenta o mesmo drama na cidade é o jovem historiador, Cândido Sousa. Ele há quase uma década tenta encontrar patrocínio para publicar um álbum que conta a nossa história em fotografias. São mais de 5 mil fotos a espera de apoio à cultura. Todos os governos, até hoje, enrolam, enrolam, prometem, prometem e terminam só na promessa.
Algo bem diferente do que propagou recentemente o cantor e compositor, Orlando Maranhão, na conferência municipal do PCdoB, quando abriu a boca para dizer que “nunca entrou um prefeito para apoiar tanto a produção cultural como Zito”. Não é o que mostra o drama dos historiadores acima.
CULTURA DAS GINCANAS E DO CARNAVAL
As secretarias ou departamentos de cultura do município (como já criaram) nos últimos anos se resumiram às gincanas no dia do aniversário de Codó e ao desfile de blocos e escolas de samba no carnaval, e só. Presume-se que seja porque mais gente ver ou participa e isso cheira a voto. É a cultura de fachada que a ninguém mais engana.
Todos alegam falta de recurso, liberdade dos secretários ou diretores e se acomodam. O resto que se exploda, que fique sonhando com suas publicações ou desejando tomar banho nu na praça só para chamar-lhes a atenção.
CONSEGUE IMAGINAR?
Você consegue imaginar o tamanho da indignação de um homem de 87 anos ao falar isso? Consegue ver o tamanho da humilhação que é se submeter à tal ponto porque alguém prefere polarizar suas ações numa cultura de massa, onde o voto é o objetivo maior?
A iniciativa privada, por falta de obrigação, também tem fechado os olhos e prefere deixar o circo pegando fogo na mão do poder público e assim vai todo mundo empurrando com a barriga.
Abaixo veja o vídeo que mostra toda a indignação de João Batista Machado (também disponível no www.youtube.com/blogdoacelio)
2 comentários sobre “INDIGNAÇÃO: Escritor João Batista Machado revela que já pensou em tomar banho nú na praça em protesto contra a falta de apoio à literatura”
Renilde = Asno (Sem desmerecer o dito cujo)
triste..desde D. pedro I, passando pelos franceses(que seriam melhores donos e invasores que estes nossos antepassados), aos ingleses que tentaram, mas n gostaram do que viram, por isso n colonizaram a América do sul, e sim a do norte..o Brasil vive um atraso histórico que reflete aos dias de hoje..como os gaúchos devem ser felizes por terem sua cultura influenciada pelos alemães-que outrora são leitores fervorosos..meus Deus..que coisa lamentavel