O delegado Marcos Afonso Júnior, que participou ativamente das investigações que levaram à prisão de Johnatan de Sousa Silva (24 anos), o acusado de autoria do assassinato do jornalista Décio Sá, ao fazer nesta quinta-feira (14) um ligeiro perfil do pistoleiro, disse que ele é uma pessoa que gosta do que faz e não tem medo de missões complicadas.
Natural de Xinguara (PA), Jonathan teria confessado à polícia mais de vinte assassinatos que cometeu, por encomenda, e chegou a lista pelo menos mais seis pessoas que ele iria matar nos próximos dias no Maranhão, dentre eles um ambientalista, cujo nome não foi revelado, por medidas de segurança.
Na entrevista concedida ao jornalista Roberto Fernandes, âncora do programa Ponto Final, da Mirante AM, o delegado, ao ser perguntado sobre a fuga empreendida pelo acusado do crime, que escalou uma duna e saiu tranquilamente pelas ruas da Calhau, disse que este era o seu perfil, ou seja, sempre que mata sai do local tranquilamente, como se nada tivesse ocorrido.
Descoberta – O delegado revelou também que no dia 05 de junho, quando Johnatan foi preso sob acusação de tráfico de drogas, a polícia já sabia que se tratava do principal suspeito de matar Décio Sá. A polícia, no entanto, apesar de expor suas fotografias em jornais, passou a ideia de que estava perdida nas investigações, para poder monitorar o movimento da quadrilha que o contratara.
Uma das provas de que a polícia desde o começo sabia que se tratava do principal suspeito de matar Décio Sá foi o seu isolamento, isto é, não foi colocado em contato com outros presos para não se tornar alvo de Gláucio Miranda, José Alencar Miranda e José Raimundo Chagas Júnior, o Júnior Bolinha, que seriam os principais interessados na morte do pistoleiro.
Tráfico – Desde que retornou a São Luís, para onde teria vindo a fim de receber o restante dos R$ 100 mil que lhe foram prometidos para executar o jornalista, Johnatan vivia de traficar drogas. A polícia descobriu, porém não quis prendê-lo com pequena quantia, mas com todas as característica de um grande traficante.
De acordo com o depoimento do pistoleiro, ele deveria ter matado Júnior Bolinha domingo passado, porque não honrou o contrato para pagamento pela morte de Décio Sá, mas foi preso antes de concluir o trabalho. Johnatan havia recebido ainda seis encomendas de pistolagem, mas sabia que numa dessas ações poderia ser montada uma emboscada para ele.
FONTE: Site Maranhão HOJE