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Os negros começaram a chegar ao município no início do século 19, quando ainda eram trazidos como escravos para trabalharem na lavoura. Codó ainda era um simples povoado que crescia as margens do Itapecuru quando eles, diz a história, já eram 54% da população.

Hoje são mais de 70%, segundo o IBGE, e isso, nem de longe, os torna os mais favorecidos.

DISCRIMINAÇÃO TRABALHISTA

Reclamação existem muitas e elas veem de diversas áreas que atingem a vida social do negro codoense. Ninguém parou ainda para fazer um estudo específico sobre tais dificuldades, mas para senti-la basta sair conversando pelas ruas com esta maioria.

A juventude tem dificuldade para conseguir emprego. As vagas do comércio, maior empregador, ainda são, preferencialmente, reservadas os de pele clara.

“Dão mais oportunidade para peles claras, o moreno é dificilmente encontrar (…) em toda área (…) por causa do racismo acho que não é todo mundo que tem a consciência, né”, disse a vendedora Shirmária Cristina Oliveira

RACISMO NÃO PUNIDO

As atitudes racistas, muitas vezes, externadas com ações e palavras estão no cotidiano, reclamou ao blog a professora, Delma Raul, que virou feirante. Mas percebe-se que muitos não teem o interesse de levar isso à Justiça, mesmo tendo todo o direito de ver o racista punido.

“não e sou contra quem leve, porque não adianta a gente vai continuar sendo negro (…)conscientizar para que não faça, que nós todos somos iguais”, argumentou

RELIGIÃO NA MIRA DO PRECONCEITO

Até a religião de grande parte deles, a umbanda, sofre as influências da discriminação. Na marcha realizada na última sexta-feira, a intolerância religiosa esteve entre as principais motivos de protesto.

“Isso a gente não tolera mais”, disse indignado o umbandista Pedro César Santos “Pedro de Oxum”

A manifestação ocorre anualmente e tem por finalidade levar à sociedade os reclames de um dia-a-dia que não muda há décadas.

“nas ações atitudes, gestos é totalmente ao contrário. Geralmente eu não discrimino ninguém, eu não sou contra ninguém, mas quando você precisa de alguma coisa a primeira coisa que a pessoa ver é quem você é”, reclamou o mototaxista Paulo Benício

ESPERANÇA

Apesar de tudo eles não perdem a esperança que está arraigada na consciência de seu José do Espírito Santo Plácido da Silva, técnico em construção, que diz viver numa sociedade democrática com práticas parecidas com as do tempo da escravatura.

“Na hora de escolher sempre o branco leva a melhor…ISSO TEM QUE ACABAR UM DIA? Eu acho que já era pra ter acabado, nós estamos em plena democracia”, respondeu

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