A chuva ajuda o sertanejo, mas não há trabalho fácil nos milharais da zona rural de Codó. As roças são pequenas e cuidadas isoladamente por produtores como seu Raimundo Mota que é de Bacabinha. Até que ele consiga iniciar a colheita são mais de dois meses de muito esforço, torcendo para que a plantação não sofra o ataque de pragas.
“É 70 dias….ESPERANDO A CHUVA, LIMPANDO, O QUE SE FAZ? Arada primeiro, depois planta ele, dá duas capinas, depende, até três o cabra colhe…E NO FINAL, DÁ RENDIMENTO? Dá não dá muita coisa não, mas o cabra vai escapando”, disse
Quando as espigas enchem, como esta aqui, a recompensa do lavrador fica mais próxima. Eles têm duas opções para ver o dinheiro como retorno de tanto trabalho – vendem para programas federais que usa o milho na merenda escolar, por exemplo, ou para aqueles que vivem da venda de milho, nesta época, lá na cidade. Um negócio que quando comparado, em termos de lucro, o agricultor acaba perdendo.
Grande parte do que é colhido vai parar nos fogareiros e panelas expostos em pontos estratégicos da cidade. Vender milho assado e cozido é a atividade de seu Francisco Vieira Magalhães, há mais de 10 anos, antes disso também vivia como produtor.A vantagem da mudança está no lucro.
Na cidade a espiga que é comprada à R$ 0,50 no campo, após o preparo, fica três vezes mais cara e é vendida à R$ 2,00.
“Eu tenho outros gastos com certeza…E ISSO ENCARECE O PRODUTO? Isso encarece o produto, eu tenho que tirar daqui dessa mercadoria pra poder tornar continuar trabalhando”, disse
Seu Edmar Batista também usa da mesma justificativa.
“Nós vende à R$ 1,50 tem a despesa do carvão, da sacola…É JUSTO COBRAR UM POUCO MAIS? É, um pouco mais”, disse
Voltando para o exemplo de seu Raimundo. Numa linha e meia de milharal ele calculou que ganha R$ 3.500,00. Se pudesse inflacionar como quem está na ponta deste mercado, poderia chegar à R$ 14.000,00 cultivando o mesmo espaço.
“Esse dinheiro é comendo e quando tira a despesa fica bem pouquinho (sorrindo)”, disse Raimundo
Mas nem ele, nem Françueudo Conceição pode e ambos são vítimas da mesma cadeia produtiva.
“Eu acho que a gente perde muito com isso…MAS NÃO DÁ PRA PARAR DE PRODUZIR, VOCÊS VIVEM DISSO? É, se nós parar, vamos comer da onde?”, disse o produtor
Nós também ouvimos opiniões a respeito disso na cidade e descobrimos que o consumidor final não se importa em pagar bem mais pelo mesmo produto.
“Eu acho assim na verdade se é a função dele, é o ganha pão dele, ele tem que ganhar, até porque ele também tem dificuldade pra dá ela prontinha ele tem o carvão, o tempo dele, então ele tem que, eu concordo ele vender esse preço porque eu também iria vender nesse mesmo preço se eu fosse vender assado”, opinou Maria Hortência Lima Rocha – lavradora
O estudante Wellington Lima completou “ Acho o preço razoável…TÁ BOM O PREÇO ENTÃO? Tá razoável…E O DO PRODUTOR QUE SÓ VENDE À R$ 0,50? O produtor lá tá perdendo 100% porque isso aí dá um trabalho danado pra fazer essa lavoura todinha, tenho certeza que é um trabalho dificultoso para o lavrador”
One Response
Dr.Acélio Muito Boa esta Matéria no Programa Mirante Rural sobre a Produção de Milho em Codó,que Por Sinal você vem Mostrando Muito Bem Sobre o Agronegocio Codoense na Nossa TV Mirante Globo/Cocais Codó. nos Domingos,Parabéns a Todos da Equipe Mirante/Codó.