Não é para assustar ninguém, afinal, o espaço construído (Shopping Center) por sua natureza e finalidade possui um caráter público e, por conseguinte, é para ser usufruído por todos indistintamente – mesmo por aqueles que, socialmente, são destituídos de bens econômicos e culturais -; apesar de ser privado no sentido da compra e venda. Os shoppings Centers são os lados da mesma moeda do sistema capitalista: lucro e segregação social.
A mobilização social que está acontecendo em torno desse extrato retrata uma velha questão: a segregação social, visto que, os atores sociais em essência, são originários de uma remanescente eclosão ascensional: o poder aquisitivo dos debaixo melhorou substancialmente (tornando-se uma nova classe média) e, como conseqüência, eles estão desejosos de ter acesso à lógica do capitalismo: o consumo desmedido. Os Shoppings Centers só têm uma função: vender e caro. É na verdade, o antro da exploração das mercadorias no seu absurdo lucro.
A presença da nova classe média no interior dos Shoppings Centers mal vestida e usando uma linguagem marcada pela gíria espalhou o medo entre os assíduos freqüentadores – membros da burguesia consuetudinária -, como fora mostrado pela mídia. A segregação social é tão visível – na perspectiva classista – que, imediatamente a polícia fora acionada para promover um verdadeiro ataque repressivo a quem apenas desejava conhecer o interior do Shopping e sentir o prazer de ser feliz fazendo um lazer ainda que nada comprasse.
No livro premonitório lançado em 2006, pela Editora Boitempo, chamado Shopping Center: a catedral das mercadorias, a socióloga Valquíria Padilha, já anunciava essa possibilidade acontecer, pois, em sua tese a presença dos Shoppings Centers é uma afronta aos ‘debaixo’, na realidade, ela entende que estes monumentos erguidos em honra ao capitalismo são espaços privados e que são designados para uma classe social especifica e, por via de regra, estabelecem a segregação social.
Ela propõe que as autoridades repensem a política urbana na busca permanente de criação de espaços públicos para a juventude, conforme assenta a Carta Magna; já que, na atualidade há um fenômeno crescente: a mobilidade social urbana. Ela acrescenta ainda, numa entrevista à Carta Maior que, ‘a identificação do consumo com cidadania é o fracasso da humanidade’. De fato ela tem toda razão, a vida humana não vive apenas e tão somente em função do mercado e do capitalismo. O sentido da vida é, sobretudo, viver em liberdade, igualdade, fraternidade e solidariedade.
Um povo não pode ser objeto apenas para interesse de classe enquanto produtora de bens duráveis ou não, mas, quando o objeto produtor (o trabalhador explorado) quer tornar-se visível, já se constitui em problema social e, aí, é considerado meramente como um obtuso sujeito tendente ao roubo. Imediatamente a polícia é acionada para ficar na ‘observação’.
É fantástico o modo como esse novo segmento é tratado no mercado do consumo: tal qual a lei do sexagenário, onde o escravo liberto já não tinha nenhuma força disponível e, portanto, descartável.
O rolezinho significa nada mais nada menos do que um gesto de protesto contra o muro da segregação social. O movimento acontece com uma intenção clara: dizer para a sociedade globalizada que são gente e que existem, são pessoas que de carne e osso e querem compartilhar do mesmo conforto que qualquer burguês miserável desfruta com tamanha facilidade.
A mídia tenta passar uma imagem profundamente negativa dessa realidade social, contudo, se verifica que, o verdadeiro propósito não tem nada de agressivo e de vandalismo. São apenas jovens que querem compartilhar com outros um momento de prazer em um ambiente saudável e público. O Shopping Center tem essa representação simbólica apesar de ser totalmente privado.
O fator determinante gerador dessa articulação é só um: a segregação social. E a burguesia é a única culpada por essa conjuntura, pois, de um lado, concentra cada vez mais, capitais e, de outro, procura excluir parcela significativa da estrutura social como se isso não resultasse em absolutamente nada!
Não é nada sadio em um regime como o nosso cuja principal tônica é o direito de ir e vir, de comprar e vender; de repente, adotar a segregação social como instrumento separatista e condenar ao lixo todos os sujeitos que deixaram de ser invisíveis e começaram a ser vistos sob o olhar incrédulo dos opressores.
O rolezinho como problema sociológico caracteriza um sentimento de grandeza humana e, ao mesmo tempo, de revolta e indignação com a discriminação absurda exercida por aqueles que são abastados e consideram-se como superiores civilizados em relação ao segmento social em efervescência.
Podemos retratar esse fenômeno nacional em nível local: exemplo: os moradores do bairro São Francisco residente nas invasões chamada Babilônia, Vila Biné, Parque Vitória se dirigirem ao Supermercado Carvalho e permanecerem no interior vendo os produtos e o movimento dos transeuntes e, depois, se retirar pacificamente, demonstrando que são civilizados apesar de viverem em condições subhumana e até mesmo miserável.
Mas esse fato, não necessariamente implica a certeza de que os respectivos moradores são criminosos ou algo semelhante. Tocar na ferida social que tem sido ocultada historicamente em nossa cidade não agrada a nenhum representante da burguesia codoense que, amiúde, tripudia sobre a miséria dos eternos miseráveis e indigentes.
5 Responses
MEU FILHO,VC JÁ deu seu rolezinho PELA Educação e não “pegou nada” ? Deixa de besteira,tua “FALA” não vale mas nada. Tu é um DESACREDITADO. Vá estudar e passar em um concurso FEDERAL e ir para outra cidade,passe uns 12 anos até o povo de esquecer e depois MEU FILHO volta. Agradeça ao Gente da nossa gente por isso. Vá e tchau ! Faça como o Acélio,estudou,hoje é DR e pode ficar RICO,tirando preso da cadeia ou SER um Promotor de Justiça. Aí a “vaca” vai fumar em Codó. Agora vc,é um LINO(aquele ……. )da vida.
Vixe! Lá vem Che Guevara de Shopping Center falar em “burguesia codoense”, como se não fizesse parte da mesma, já que quando secretário ganhava mais de 5 “pilas” por mês. Quem em Codó (além dos secretários e vereadores) ganha esse salário? Talvez gerente de banco ou altos funcionários com nível superior, das empresas privadas. E me vem “Che” falar de burguesia. Tô achando que ele tá precisando de um novo cargo na “Viúva”. Isso é uma hipocrisia, um despautério!
rsrsrsrsrsrs
Existe uma criminalização da pobreza. Os programas policialescos da TV local exemplifica bem isso, retrata as áreas periféricas da cidade como espaço de criminalidade e banalização da violência. Alguns questionamentos: o que acontece nesse locais fora desses momentos retratadas? Há sempre uma preparação para a violência quando a violência não esta acontecendo? O que faz determinados espaços da cidade serem retratadas como “civilizados” e outros?
Hum…Agora quer posar de professor, logo vc que tratava todo mundo com ignorância. Pega o beco, larga de publicando eguagem no blog dos outros e cria um pra vc. Fica se aproveitando dos acessos do blog do Acélio pra falar besteiras