No bairro do Filipinho, um dos maiores de Peritoró, encontramos muitos reservatórios como onde o mosquito da dengue se prolifera rapidamente. Para alertar os moradores, ao menos, do perigo, atualmente não há ninguém que exerça esta função na cidade. Há seis meses os agentes de combate a dengue não saem de casa em casa.
O município possui 12 agentes de combate à este tipo de endemia. Em entrevista a nossa equipe um deles falou de diversos problemas e citou o principal deles para justificar a paralisação por todo este tempo – a falta de material para trabalhar.
“NEM ALGODÃO”
O guarda de endemia Cosme Silva Almeida disse que falta tudo e deu exemplos.
“A vigilância ta parada porque nós não temos bolsas, nós não temos farda, não temos lanternas, pilha, são materiais essenciais pra um agente de endemias trabalhar, isso nós não temos desde o começo desse governo, faz três anos. Nós tivemos de receber duas bolsas que vieram do Governo do Estado, do município mesmo nós não recebemos nem algodão”, reclamou
Outro problema são os constantes atrasos no pagamento do salário.
“Quando completa 4 meses eles pagam 1, desde março que a gente vem nessa batalha. Já fizemos todo tipo de acordo com o prefeito e nada tem resultado (…) complica muito porque a gente não consegue pagar nossos compromissos”, revelou
“MOSQUITO A VONTADE”
Ninguém sabe qual o índice de infestação predial do mosquito da dengue em Peritoró.
“Nós vamos completar seis meses, vai completar seis meses que a gente não vai a campo, primeiro porque não tem material”, disse
Os cidadãos estão preocupados. A professora, Teresinha de Jesus Oliveira, teme o aumento do número de casos por causa da falta de cuidados que ainda existe entre muitos moradores da cidade.
“Porque nós sabemos que aonde há prevenção ainda é um problema complicado, imagine nessa situação quer você terminou de falar, seis meses sem o pessoal sair a campo, orientar, fazer um trabalho que deveria também ta sendo feito nas escolas”, disse a professora
GOVERNO FALA
O secretário de saúde de Peritoró, Jéferson Luís Pinheiro Sousa, que ocupou recentemente no cargo, explicou que o governo já está providenciando a regularização do salário dos agentes.
“Constatamos, realmente, que existe esta falta de pagamento e é uma determinação do Dr. Agamenon (prefeito) pra gente ta repondo estes meses atrasados, inclusive na semana passada já pagamos 1 mês e ficaram dois meses”
Quanto ao material de trabalho, respondeu citando prazos.
“Sobre a falta de material nós já sentamos, tive uma reunião com o pessoal, fui lá e conversei com o coordenadora e com os outros da endemia e ficou de tal forma que nós definimos que mais ou menos dentro de uns 15 ou 20 dias nós vamos estar adquirindo este material porque, realmente, existe esta falta de material. Nós vamos estar repondo e dando condições trabalho para todos os profissionais”, disse o secretário