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Na reportagem anterior  mostramos o drama  vivido pelos 269 moradores da  comunidade de Vila Vitória, zona rural de Peritoró, onde a jovem Maria Aparecida perdeu o pai, há 5 anos, para a doença e atualmente dois netos de dona NEUZA Alexandrino, um deles de apenas 2 anos de idade,  enfrentam a Calazar.

A reclamação, como mostramos, é geral no povoado em relação à como a Secretaria Municipal de Saúde vem cuidando do problema.

 “Até agora nada, nada, nem pra ajudar pra levar um filho pra Teresina ele não ajuda”, disse dona Neuza

 O RETORNO

No nosso retorno à Peritoró, pós-denúncia, para averiguar qualquer ação por parte do município a respeito, acabamos constatando mais um óbito. Desta vez trata-se de um lavrador de 64 anos, do povoado Piranha do Prego, que também morreu acometido de  CALAZAR, embora sua certidão de óbito aponte parada cardíaca como causa.

De mais esta morte,  ocorrida no início deste mês,  a coordenação municipal  de combate ao Calazar tinha conhecimento, inclusive da falha no atendimento de saúde.

 Foi o que deixou evidente a fala do coordenador de Combate às endemias de Peritoró, Luís Martins Pereira, que foi o primeiro agente de saúde a ter contato com o falecido.

 “Consequentemente como se desenvolve na parte hepática da pessoa, realmente, se ele não tiver cuidado ele chega à óbito, então como ele já era um cidadão já com uma certa idade, ele foi acometido dessa doença, passou mais de 15 dias sem tratamento porque, na realidade, ele procurou o hospital só que o hospital não descobriu que ele tava com Calazar”, disse em entrevista à TV Mirante.

 6.772 cães

O coordenador que nos recebeu mostrou números coletados a partir de seu trabalho. Disse que Peritoró  possui 6.772 cães, 159 deles estão em Vila Vitória.

A doença chegou aos humanos, o que significa que há mosquitos transmissores e cães doentes, mas ninguém  sabe quantos, nem onde eles estão.

Seu Luís da Sucam, como gosta de ser chamado, culpou o Estado, segundo ele, o  responsável pelo envio dos kits que possibilitam o diagnóstico imediato da doença nos animais, ainda sem previsão de chegada.

O Estado repassa para as regionais e elas  repassam para os municípios só que não tá tendo, a demanda é muito grande, hoje nós temos Calazar em quase todo o Maranhão tem Calazar e a demanda foi muito grande e os kits que vieram não foram suficientes pra isso e nós tamos com este problema , nós estamos de mãos atadas porque nós não podemos eliminar o cachorro sem o exame”, justificou

REMÉDIO TEM

Sobre a falta de medicamento, denunciada pelo lavrador Antonio  José Moreira da Silva  na reportagem anterior,  o coordenador de combate às endemias mostrou à nossa equipe as ampolas de um remédio chamado GLUCANTIME e afirmou que foi deixar 20  frascos para o lavrador de Vila Vitória.

Além disso, garantiu que uma enfermeira, a partir de ontem,  quarta-feira (16),  iria duas vezes ao dia ao povoado só para aplicar as injeções contra a doença em seu ANTONIO JOSÉ.

 A secretária de saúde, quando chegamos à Peritoró, pouco depois das 11h da manhã, informou via assessoria, que estava na estrada (de São Luís onde mora para Peritoró), precisamente, na cidade de Santa Rita ainda. Não deu para ouvi-la também em razão disso.

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