Nesta época do ano, em que todos estão voltados, com o espírito imbuído de boa vontade, para, entre outras atitudes, presentear, visitar, saudar e parabenizar os nossos entes queridos, e por que não dizer, também, de nossos amigos, pela nossa boa convivência e pelos momentos bons que passamos, agradecer, enfim, ao nosso Deus por festejarmos essa maravilhosa forma que é a vida.
Mas, também, devemos aproveitar este momento para exercitarmos uma das maiores, se não a maior virtude que é a generosidade. Generosidade é um atalho para uma vida mais feliz. Para que sejamos gratos ao nosso Deus, no entanto, é preciso que se possua algo que nem todos possuem: generosidade. É a generosidade da alma que nos permite agradecer.
A avareza não se sabe dar. A avareza só quer para si. Toma do outro para se tornar maior. A generosidade, por sua vez, se amplia na doação de si mesma e isso é algo que nem todos podem compreender.
As pessoas generosas chegam à vida de portas abertas. Confiam na luz que possuem dentro de si e acreditam que merecem e que receberão o necessário do Universo, sendo assim sentem alegria em compartilhar, não têm medo de se doar. Dão o melhor de si, querem construir a coisa grande e bela, querem o bem de todos, almejam a beleza, são de certa forma inocentes e pouco defendidos. Em geral têm como premissa a bondade humana e dão a todos o benefício de considerá-los dignos de receberem o seu melhor.
O monge budista Dalai Lama, diz: “Cultivar estados mentais positivos como a generosidade e a compaixão decididamente conduz a melhor saúde mental e a felicidade. Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.”
O iluminado monge prega ainda: “Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer… e morrem como se nunca tivessem vivido.”
Quem lê a Bíblia, o Livro Sagrado, em diversas passagens, verifica-se alguns ensinamentos que passarei a mencionar: em Atos dos Apóstolos, 20:35, lê-se: “Em tudo o que fiz, mostrei a vocês que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: ‘Há maior felicidade em dar do que em receber.”
Em Corintos 9:6-7, lê-se: “Lembrem-se: aquele que semeia pouco também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura também colherá fartamente. Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.”
E mais ainda, em TIMÓTEO 6:17-19, se recebe um grande ensinamento: “Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos a repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida.”
Como aludi no inicio deste texto, vamos exercitar a generosidade que existe dentro de nós, praticando-a, ajudando de alguma maneira aqueles mais necessitados pois, como vimos tanto nos ensinamentos do Dalai Lama como nos textos citados da Biblia, a generosidade nos faz bem, tanto para o corpo como para a alma. Como não existe nada mais precioso que o tempo, também não existe maior generosidade que o perdermos ajudando aos outros.
Os nossos dicionários definem muito bem o que é a generosidade: a característica da pessoa generosa é a particularidade de quem se sacrifica em beneficio de outra pessoa, que chamamos de magnanimidade. É uma ação generosa, comportamento que expressa bondade, em que há prodigalidade.
O Centro de Estudos Budistas Nalanda, ao ensinar a prática da generosidade, faz uma reflexão de que a generosidade não se limita a doação de bens materiais. Podemos ser generosos com o nosso carinho e nossa receptividade. Essas formas de generosidade certamente não estão relacionadas com riqueza. Generosidade pode significar a simples doação de um sorriso ou estender-nos para realmente escutar um amigo que se encontra em situação de dificuldade, tanto no campo financeiro quanto no campo da saúde. Paradoxalmente, mesmo estarmos dispostos a receber a generosidade dos outros pode ser uma forma de generosidade
Portanto, aproveitemos essas datas comemorativas, do nascimento de Cristo, que veio nos ensinar a generosidade e, a passagem de ano, para refletirmos, pois paz e generosidade e ter graça é compreender o verdadeiro significado de Natal.
Que sejamos capazes de nos conectar com a generosidade que mora dentro de cada um de nós, que sejamos capazes de confiar na vida e seguir na sua direção com a mente e o coração abertos.
Por Carlos Magno da Veiga Gonçalves, notário
Uma Resposta
Dr. Acélio que maravilha poder conhecer um pouco da enorme sabedoria do Carlos Magno. Deveria ser contínuo seus textos.
Parabéns Carlos Magno e, sempre que tiver um tempo, escreva e divulgue para nós.