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Há uma notória crise em curso: crise de natureza política, econômica, de valores e ética. Nesse processo cíclico, ouvimos de um lado, o discurso da restauração pela tendência neoliberal de que o único caminho é a política da austeridade fiscal, mesmo que isso comprometa profundamente as bases estruturais de nossa colônia usurpada; de outro, ouvimos que, para encontrarmos as respostas é necessário velarmos por critérios mais radicais e menos obtusos. Entretanto, é mister afirmar que a perspectiva da mudança e da superação dessa entediante crise, passa, inevitavelmente, por outros elementos que não os já praticados e conhecidos.

Professor Jacinto Junior – um pensador contemporâneo

Mencionei várias categorias que se fazem presente no cotidiano de nossa colônia usurpada e, nesse sentido, queremos mostrar que é possível sim, nos livrar desse pandemônio com ajustes simples. Primeiramente, é preciso reconhecer que a crise tem uma origem e resulta sempre atingindo as instituições democráticas bem como a maioria do povo.

Diante dessa conjuntura preocupante é fundamental que saibamos o que está causando o desmoronamento de todo um arcabouço jurídico-político-social. A crise que assola nosso país reflete a negativa capacidade associada ao pessimismo dos governantes de apontarem uma alternativa concreta priorizando as maiorias. Quando olhamos para a crise política nossa percepção denuncia a falta de caráter dos representantes que, despudoradamente, contrariam a vontade dos representados. Tomo como exemplo, a recente aprovação da PEC da morte. É notória a ineficácia das medidas como antídoto para retrair os efeitos causados pela onda neoliberal e, ao mesmo tempo, a possibilidade de proporcionar a retomada do crescimento econômico e o consequente refluxo do desemprego que atinge a cifra de 12 milhões de trabalhadores. Neste espectro, temos a consolidação de uma cultura vexatória, anedótica e que reproduz a fórmula tangível da crise política: o elo da permanente corrupção no seio do parlamento. Tal mérito – isto é, tal modelo de comportamento entre os ‘civilizados representantes do povo’ reflete-se também no cidadão que acha natural o fato de realizar, ‘maliciosamente’ uma determinada ação com o famoso ‘jeitinho brasileiro’ -, ou seja, o ato belicoso da corrupção incandescente e ascendente nas esferas dos governos imprime um ritmo à sociedade como um fato comum e naturalizado contaminando o indivíduo. A crise política, por conseguinte, espraia para os demais setores o mesmo comportamento; raros são aqueles que se opõem a esse fetiche deslumbrante com demasiada galhardia. Estes vaticinados são tratados com desprezo e forte retaliação por aqueles que, de praxe, são viciados nesse xadrez vilipendioso.

 Quando voltamos nossos olhos para a endêmica crise econômica, a primeira sensação é a de que estamos completamente ‘arrasados’, ‘destruídos’ e ‘moralmente’ abalados. A crise econômica – repito – tem endereço certo e uma finalidade especifica: retirar excedente do estado para cobrir a incontrolável fome do capital especulativo, retroalimentando-o. A camada social privilegiada – a burguesia, termo, atualmente, em desuso – nesse processo jamais sofre alguma perda econômica. De um lado, ela origina o sistema cíclico da crise para poder abastecer suas sandices e, de outro, o estado protegendo-a sistematicamente, vide o caso recente (dia 23/12/2016) a respeito da Câmara que aprovou o projeto de autoria do deputado federal goiano Daniel Vilela (PMDB) para isentar as telefonias de multas milionárias – o favorecimento do atual governante usurpador/traidor para as teles, foi na ordem de R$ 100 bi. E, no entanto, a PEC da morte foi aprovada com a justificativa de que é necessário conter gastos. Ora, como falar em contenção de gastos, quando o governo isenta as teles de suas multas e, paralelamente, concede-lhe um presente amoral, com essas cifras vultosas? Como explicar essa contradição inexplicável do equilíbrio fiscal interno?

Acompanhada à crise política e econômica, a crise de valores/identidade insurge-se dando vazão ao que o nosso laborioso escritor baiano Rui Barbosa afirmava de forma bastante crítica os acontecimentos de seu tempo: “de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”; tal constatação tem sua validade nos dias atuais, em que o homem perdeu a noção da virtuosidade. A atual conjuntura social mostra-se tacanha, o homem perdeu a razão de ser, tornou-se um blefe, murmura miséria e está acobertado (abastecido) pelo capital ‘deslavado’ – as contas nos paraísos fiscais.

A crepitante ousadia que o homem possui para planejar/maquinar atos desonestos e discutíveis coloca-o na condição de oportunista e malfeitor. Essa condição, por sua vez, tem uma relativa aceitação por boa parte dos concidadãos que retrucam num gesto elegante e deliberativo: “todos roubam, todos são iguais, por que não roubo também?” esse argumento não pode ter sustentabilidade do ponto de vista da honra, da virtude e da decência. Independentemente de sua função social [político, professor, advogado, profissional liberal e etc.] o homem não pode se tornar um lixo ambulante por conta de sua desmedida ambição pessoal. O estrago que produz para si, quando pratica atos escandalosos, o torna pequeno, medíocre e desprezível. Perde a sua majestosa força moral, destrói seu magnânimo caráter e, mais grave ainda, pulula a indisfarçável insensatez; aliás, é motivo de pilhéria de toda ordem. Essa sedutora postura de abocanhar algo que não lhe pertence, tem como consequência inevitável a desmoralização. Isso é o fim, em todos os sentidos!

Quando o homem em sua dimensão omnilateralidade permite que o egoísmo e a hipocrisia assolem e invadam sua íntegra e coesa ética; tem-se ai um grave problema: a crise moral-ética. E, com isso, a sociedade civil perde sua capacidade organizativo-identitária e tudo passa a depender de circunstâncias de cunho bárbaro; pois, o sentido essencial da relação humana está quebrado e, isso, significa desestruturação social. A ausência da ética produz o incêndio da intolerância e da discriminação desenfreada que, de forma direta, atingirá o centro da razão humana e a desrazão prevalecerá como antídoto contra toda forma de movimento que se estabeleça e passe a reclamar/lutar por direitos e garantias fundamentais – melhor dizendo, ampliação dos direitos e garantias.

A gravidade que nos encontramos – pela perda da ética e pela prevalência da intolerância e da discriminação – diante da fragilidade ética, exige que o homem se reinvente e, acima de tudo, produza um novo modelo social de relação baseado na horizontalidade. O respeito, a tolerância devem ser os instrumentos indispensáveis para reabilitar o homem na condição de igualdade social. A superestrutura jurídico-político-social, tem se notabilizado pela proteção aos abastados membros da casta privilegiada. Basta nos certificarmos dos fatos arrolados no chamado processo ‘lava jato’. É simplesmente ridícula a postura assumida pelos representantes do MPF, STF, PF e, também, a PGR.

Há uma ética para cada situação e, isto, é deplorável. A ética deixa de ser o elemento constitutivo da justiça e passa a ser instrumento das conveniências circunstanciais num contexto em que a denúncia não é mais a pedra de toque para investigar determinadas figuras públicas que pertencem à classe dominante – e que representa a si e sua classe enquanto político no poder.

A sociedade civil organizada tem de se mostrar à frente desses melancólicos e triviais problemas e reivindicar uma nova ética – ética essa capaz de suprir a deficiência do homem decadente -, sustentada na confiança entre os entes sociais, deslocando o eixo da indecência, da intolerância e da discriminação para os confins do inferno e, ali, permanecer por toda a eternidade! E a partir dai restaurar as virtudes, soerguendo a honradez e restituindo a vergonha daqueles que se sentiram fragilizados e/ou prejudicados ante a propulsão dos elementos nocivos que ganharam força e se tornaram ‘métodos convincentes’ rumo a uma sociedade em perspectiva absolutamente conservadora, como dissera acima, o nosso majestoso ‘Águia de Haia’. O homem é a síntese da história, portanto, deve preservar sua coerência e sua ética, para ser reconhecido posteriormente como um ser social desbravador e revolucionário.

12 comentários sobre “Por Jacinto Junior – A necessidade de ser coerente e ético”

    1. PQP Acelêsa, Marxista de Galinheiro logo no segundo dia do ano?? É dose pra elefante! Acho que faltou “sensibilidade” à Vossa Senhoria. kkkk

  1. Belo texto Jacinto Junior,,,ressalto o item
    “O homem é a síntese da história, portanto, deve preservar sua coerência e sua ética, para ser reconhecido posteriormente como um ser social desbravador e revolucionário.”

  2. Eu tambem destaco o Texto:“O homem é a síntese da história, portanto, deve preservar sua coerência e sua ética, para ser reconhecido posteriormente como um ser social desbravador e revolucionário.”

    Mas vamos devolver o dindin do partido do Lula, para que essa frase fique bem na foto

  3. Atenção secretária Deuzimar, descubra onde o Jacinto está lotado e faça ele trabalhar. Esse rapaz faz muito tempo que não ministra aula sendo beneficiado pelo governo Zito.

  4. Texto enfadonho e confuso, com várias expressões que não têm lugar na realidade atual. Burguesia, proletariado, camada social privilegiada. Quanta masturbação sociológica desse Jacinto.

  5. Esse moço e doido ou caga rodando, nem leio. Esse rapaz e func da prefeitura? onde ele trabalha mesmo? NAGIB se ele for funcionário, ele tem q trabalhar.

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