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João Batista Machado - a História Viva de Codó
João Batista Machado – a História Viva de Codó

Conheci antes o escritor, depois a pessoa. Raras são as pessoas em Codó-MA, envolvidas com educação ou leitura, que não conhecem ou não tenham ouvido falar do escritor João Batista Machado. O livro Codó, histórias do fundo do baú foi e é um marco cultural na história recente desse município.

A cidade de Codó passou a conhecer-se, reconhecer-se nos vultos, nas autoridades, nos homens simples, em sua geografia, nos rios e riachos que a desenham, na sua religiosidade e etnia, após o escrito de João Batista Machado. Já dizia assim um poeta: “uma cidade não dita, não é uma cidade/ é um amontoado de gente sem nome, sem fome de conhecer a si”.

Toda cidade tem o seu escritor. Aquele a qual a afinidade entre o escrito e o seu reduto é tanta que o nome do autor chega a ser associado imediatamente ao da cidade. Quando se pensa em Itabira, cidade mineira, por exemplo, vem logo em mente Carlos Drummond de Andrade; São Paulo, Mário de Andrade; Goiás, Cora Coralina; Caxias-Ma, Gonçalves Dias; São Luís, Ferreira Gullar e Codó, pura encantaria, brilha, então, a figura de João Batista Machado.

Não é que não haja outros escritores nessas cidades aqui mencionadas, os há, creio que muitos, mas a cidade escolhe o seu, elege aquele que vem melhor lhe representar. E a escolha não é feita de maneira prática: melhor, pior, mais jovem ou mais velho. Não sei bem como ela processa isso, apenas o escolhe, o conclama com o “Seu”.

Pois bem, Codó assim o fez e assim teve e tem o seu escritor. Bom escritor, apegado a sua terra feito “caboco” na roça, amante do seu terreiro feito nego na dança, ligado a sua municipalidade feito europeu ao capital. Espero ver e ler escritos de mais outros autores tão bons e carismáticos como o que aqui me refiro.

E a nós, oferta-nos, agora, João Batista Machado, mais um livro, O Imaginário Codoense. Festejemos o momento, e o leiamos atentos, crentes de que o lendo, encontramo-nos cada vez mais com a nossa história, nosso povo e a nossa cidade escondida.

Por Valdemir Guimarães Sousa.

Profº. Graduado em Letras Português pela UFPI. Revisor de texto e contista

3 Respostas

  1. As vezes sinto me envergonhada em observar que nossos principais governantes não dão o devido valor a esse ilustre protagonista da história de Codó, que de forma incansável tenta preservar o que ainda há de melhor em nossa cidade, que é nossa história, nossa única herança que pela graça de Deus não foi destruída ou simplismente abandonada, como por exemplo:os monumentos,que ficaram nas mãos de alguns herdeiros de algumas famílias históricas,que pôr ganância ou pôr “estatus”foram se acabando com o passar dos anos . Felizmente essas memórias foram guardadas nessas mentes brilhantes,pôr pessoas que mesmo com tamanho grau de conhecimento histórico ainda são vistas de forma “quase invisiveis,”ignoradas não somente por aqueles que estão no poder, mas toda a sociedade em si. Devemos homenagea_las ainda em vida, demonstrarmos nossa profunda gratidão pelo bem proporcionado a nós codoenses porquê o que seriamos de nós se não fosse nosso passado, de como tudo começou… para entendermos melhor o nosso presente e nos prepararmos para nosso futuro.

  2. Tive o privilégio de conhecer, recentemente, essa pessoa fantástica em Codó.
    Já havia lido seu: Codó, histórias do fundo do baú.
    Atualmente pesquiso uma comunidade Codoense residente em São Paulo. Seu livro e suas histórias são de grandiosa importancia para a história de Codó e do Maranhão.
    Dificil pensar o Maranhão, sem ter essa visita à história codoense.

  3. Com aprovação do FDM, no mínimo algum investimento na área da cultura pelo Poder Público deve ser feito… No mínimo acrescentar nas aulas de história um pouco da cultura e história de Codó. Um Projeto de Lei aprovado e sancionado em caráter de urgência para no mínimo acrescentar história e cultura de Codó pode ser feito.
    Livros prontos e publicados e história não faltam.

    O que falta é a disponibilidade de exemplares disponíveis para venda, pois devido a falta de recursos financeiros mais edições ou exemplares não mais podem ser encontrados. Ou seja, como diz o povo: “santo de casa não faz milagre.”
    Ou “Ninguém será considerado profeta em sua própria terra.” Jesus Cristo.

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