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Educação em Matões da Rita, comunidade rural quilombola do município de Peritoró, sempre foi algo difícil. Seu Antonio João Soares, aos 67 anos, é do tempo em que o patrão proibia tudo.

 “Não permitia sindicato, não permitia escola, aqui foi ter escola depois que nós começamos a lutar contra o fazendeiro”, lembrou com ar de homem que superou o momento

Inauguração na maior alegria

Os 4 filhos dele não estudaram, já os 10 netos e quatro bisnetos conheceram a realidade  que a diretora Luzimar Alves Pereira nos descreveu. Contou-nos que a comunidade tinha uma escola com uma sala de aula apenas e outras cinco turmas funcionavam numa casa de pau-a-pique alugada.

 “Ficava numa casinha alugada, apertada, não tinha banheiro, não tinha nenhum ventilação, água suficiente, era um sufoco”, disse referindo-se ao calor no turno vespertino e à dificuldade de manter os alunos na escola.

A SOLUÇÃO

Gabriel Barbosa  comanda uma Ong, chamada Plan,  que atua no povoado de 120 famílias negras desde 2009. Foi ela (Ong) quem conseguiu uma doação da Inglaterra para reconstruir a escola que virou motivo de festa na inauguração realizada na manhã de ontem (31) com direito a descerramento de placa, corte de lacinho inaugural e comida farta na mesa.

Mais da metade dos R$ 220.000,00 aplicados na reconstrução veio de uma doadora, identificada por Tânia,  que acompanhou tudo desde o início.

 “Nós enviamos relatório de forma trimestral ou se houver necessidade de fazer, comunicar outra informação também é feita por demanda, então a boa comunicação é fundamental nesses processos em especial doações”, explicou o gerente de Unidade de programa da Plan dando ênfase à importância da transparência que a Ong mantém perante seus doadores.

TUDO MUDOU

Agora além de 4 grandes salas de aula, preparadas até para o ensino infantil, sala de informática e banheiros,  250 alunos, incluindo Geiciele Pereira, de 12 anos,  podem também aproveitar os benefícios de se ter um monte de livros por perto.

 “Ah! Eu fico com vontade de ler todos…VC GOSTA MESMO? Gosto”, frisou a garota que não tirava os olhos da pequena biblioteca montada numa das salas da nova escola.

De 125, número de alunos já subiu para 250

O COMITÊ

Depois de pronta a escola passa para o comando do município e se este falhar em suas obrigações um comitê gestor, formado por membros da comunidade capacitados pela Plan, entra, automaticamente, em ação.

 “A obrigação do comitê é que se tiver alguma falha na educação dos estudantes a gente tá pronto para cobrar das autoridades”, completou seu Lindomar Rodrigues de Sousa, presidente da associação de moradores e do comitê gestor.

NOVOS TEMPOS

Para a promotora da ONG, Tamilys Raniele Pereira da Silva, que atua na comunidade quilombola desde o início do projeto, não há mais dúvida.  “tenho certeza que existirá o antes e  depois desta escola”, destacou

Na visão dos moradores, certeza de um novo tempo para a educação dos quilombolas de Matões da Rita, realmente, existe. Por isso, tanta gratidão à ONG e à doadora inglesa que eles nem conhecem, mas já aprenderam a admirar.

 “Hoje se a gente tivesse a oportunidade de estar com esta senhora a gente ficaria até sem palavras para agradecer, porque foi um sonho realizado, um sonho nosso”, disse emocionada a diretora, Luzimar Alves Pereira.

E seu Antonio João Soares, o Toião como gosta de ser chamado, encerrou nossa reportagem ainda mais feliz. Agora ninguém mais na família dele terá que ficar sem o prazer de ler e escrever por falta de uma escola.

 “Graças a deus vida nova para netos e bisnetos e para os filhos dos nossos amigos daqui”, concluiu sorrindo

Um comentário sobre “QUILOMBOLAS: Plan e doadora inglesa reescrevem história da educação em Matões da Rita”

  1. Nao é diferente de hoje. Antigamente o “dono da terra” proibia dos seus agregados estudarem. Hoje eles solicitam escolas.mas o ensino que é praticado é de péssima qualidade,sem merenda e quando tem não prestam,como a merenda enviada ao Povoado Tabuleiro Grande,regiao do Barro Branco,só os porcos comeram e comem. Vocês já foram visitar(Você Acélio Trindade) a regiao dos Macacos,barro branco e TIRAR UMA FOTO DA ESCOLA QUE FICA AO LADO DO CHIQUEIRO DE BODE. Vá fazer uma reportagem pra Mirante pela manhã e veja a situação. Ali sim,é crime hediondo. Negar uma educaçao ao povo. Moro em Codó e não me conformo com tantos desvios na educação. E o principal CANAL DE TV DO MARANHÃO,NÃO VER NADA. É DE TIRAR O FÕLEGO DE TANTO RIR.mAS ESTOU ESTUDANDO Direito e vou PROVOCAR A MINISTERIO PUBLICO ESTADUAL E FEDERAL. Vou motrar que muitos ‘OPERADORES’ do Direito só tem discurso em sala de aula,na reuniao subseção da OAB. Mas os quilombolas que foram expulso em Codó,as palmeiras que estão sendo derrubadas e as queimadas criminosas. Ninguém ver isso na cidade,nem os canais de TV,nem a poderosa GLOBO. É uma pena. Tome cuidado com essas ONG’s internacionais. Eles não dão de graças nada.Cuidados com as “novas doenças”,novos remédios testados em comunidades pobres. Lembram de onde surgiu a SIDA(vírus HIV),como surgiu em macacos,mas que os aplicou? Quem descobriu a “cura”.

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