A república brasileira sofre mais um abalo sísmico em sua estrutura moral e política diante da delação premiada do agente privado da multi JBS, o falastrão Joesley Batista. A relação promíscua entre público-privado e o inverso, definitivamente, escancara a cultura enraizada da corrupção ensandecida que demole o bom senso, desestabiliza o Estado, corrói a ética política, cega a razão e dissolve a moral humana como patrimônio irrelevante – quando, na realidade, deveria ser absolutamente relevante.

A prostituição moral é a filha predileta da elite vira lata, hipócrita e cretina. E o resultado disso, se manifesta no culto das relações sociais entre sujeitos dentro de um sistema pútrido e desacreditado em suas comprometidas instituições democráticas. Que, por sinal, estão fragilizadas, inclusive, o judiciário!
Quando o assunto chega às alcovas e não na antessala da Casa Grande, o conceito de moral tende a ser lastreado por um comportamento invejável e circunscrito a uma realidade surreal – ou seja, quando efetivamente passa a ser descrita como elemento essencial nas relações interpessoais, sobretudo, no que concerne aos sujeitos pertencentes à elite, tal moral ganha vida e notoriedade -; mesmo que, corriqueiramente, tais sujeitos tenham prevaricado e cometidos abusos contrários à sua genuína natureza social.
O discurso da moral na boca de um membro da Casa Grande sempre é carregado de um tratamento ‘harmonioso’ e ‘respeitoso’, sobretudo, em público. O falastrão burguês goza por seu status quo de um aterrador ocultamento de suas ilustradas (des)virtudes. Vide por exemplo o caso mais recente denunciando o mais singelo e notável homem público: o boêmio mineiro. E suas conversações com membros da Suprema Corte do país altamente comprometedora.
Outro dado interessante que, a princípio, não tenho nenhuma tendência em fazer apologia, pelo contrário, em relação ao elemento que tentou obstruir a lava jato: o caso da prisão do senador Delcídio do Amaral – PT. Ora, se houve um dialogo mostrando de forma inconteste as peripécias do senador plumado, por que não fora preso sumariamente e, em seguida, instalado o processo de cassação de seu mandato, pois, o método utilizado pelo boêmio mineiro é fruto de Caixa 2 e, isto, constitui crime eleitoral!
Apesar de se ter provas irrefutáveis de vários diálogos recheados de maldades, traquinagens e manipulações, os envolvidos tentam a qualquer custo negar e/ou isentar-se do dolo, do crime e/ou envolvimento sobre determinados fatos e circunstâncias; aliás, ainda é aceitável uma anomalia jurídica – como se pode verificar o ato de Joesley Batista – a subordinação ardilosa para livrar-se de alguma condenação por intermédio da chamada ‘Ação Controlada’ – método ortodoxo utilizado pela Polícia Federal para obtenção de informações plausíveis sobre indivíduos investigados – sintetiza uma ação açodada em que o criminoso sobrepuja aspectos legais recebendo benesses (uma espécie de foro e blindagem especial) para, com provas coletadas, incriminar outrem. A lei não pode proteger quem comete crime, muito menos, amenizar a condenação ofertando privilégios para quem deseja delatar e, assim, se safar da culminação prevista no ordenamento jurídico. Crime é crime e pronto!
Em síntese, a metodologia aplicada – linha editorial – pela mídia privada conservadora para demonstrar o comportamento dos políticos envolvidos em crime de responsabilidade e/ou desvio de recursos por meio de Caixa 2 evidenciam-se pelo uso do expediente convencional ‘dois pesos e duas medidas’.
Dependendo do seguimento ideológico que esteja em cena, ela tende a condicionar uma postura previamente condenatória satanizando o investigado antes mesmo da Justiça se manifestar consoante aos fatos, às provas inseridas no processo e, especialmente, às alegações da defesa.
A Senzala (o povo, a classe trabalhadora explorada) precisa atentar para o aspecto da informação produzida pela grande mídia privada conservadora, afinal, ela sobrevive à custa do capital, tanto público e/ou privado; sua atuação é inesperada, pois, a historiografia denuncia que ela sempre esteve associada ao regime dos membros da Casa Grande (a elite, a classe dominante). Na verdade, a grande mídia privada tem se safado pela vulnerável capacidade de pigmentar-se.
Por Jacinto Junior
 
								 
								 
								
3 Respostas
Os idiotas acham que o socialismo é uma “cura” para a pobreza, mas é apenas outra maneira de dominar as massas. Em vez de “curar” a pobreza, ele a torna universal. Fato.
A mídia que pretende sobreviver está saindo fora, o dilema é que eles já sabiam a quadrilha que estavam apoioando
Olá, Prof. Jacinto. Me procure na UFMA, pois tenho um documento para lhe entregar. Abraço, Prof. Alex.