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Aproxima-se o período eleitoral e, com ele, as articulações dos distintos agrupamentos políticos na expectativa de apresentarem seus respectivos candidatos e, obviamente, os seus interesses de classes.

Codó não foge à regra.

Temos basicamente três a quatro correntes ou tendências políticas na atual conjuntura que se impõem na perspectiva de disputarem o poder político tanto na esfera estadual quanto federal. É bom ressaltar que, esta avaliação ela se dará em torno de uma eleição mais ampla e mais solta, visto que, a mesma, ocorrerá em todo o estado maranhense; diferentemente, da local que será realizada em 2016.

professor Jacinto Junior
professor Jacinto Junior

Pensar o futuro de nossa cidade requer de cada codoense, a responsabilidade em optar por uma figura pública que tenha uma proposição política alinhada às necessidades prementes das grandes massas populares. Além disso, é imprescindível que o futuro candidato eleito seja de fato, uma figura isenta de qualquer acusação sobre sua trajetória eminente. Portanto, a questão não passa meramente pelo nível econômico do candidato, mas, inevitavelmente, pelo caráter e pela conduta; nossa esperança é de que o município seja repensado politicamente e, politicamente, seja resgatado de sua condição de subdesenvolvida.

Por ser a 5ª mais importante do estado, não pode permanecer sob a égide da cultura mediana e, muito menos, no prospecto do provincianismo. Repensar nossa cidade é sobremaneira resgatar o conceito de progresso e progresso é instalar um conjunto de atividades que beneficie a comunidade como um todo. É produzir riqueza e distribuí-la equitativamente entre os filhos codoenses proporcionando assim, a justiça social.

Ao elencar a possibilidade de, com a eleição de uma candidatura que seja “puro sangue” como se afirmam por aí, tal candidatura tem de elevar-se à condição de uma perspectiva transformadora. Nossa cidade deve ter em torno de uns 17 a 20 partidos registrados no Cartório Eleitoral – talvez isso -, mas, estamos acostumados a ouvir somente nos seguintes partidos: PMDB, PDT, PSD, PP, PSDB, DEM (cito, nominalmente, estes partidos pelo fato de serem conduzidos pelos tradicionais caciques de direita e conservadores), contudo, há os partidos de esquerda como: Psol, PcdoB, PSB, PT (o PPS, oriundo do “Partidão”, sob a liderança de Roberto Freire, hoje é um partido alinhado à socialdemocracia do tucanato, abandonou seu projeto político para ser um apêndice do neoliberalismo; e o PT que, ao estabelecer alianças com o PMDB em 2002, sofreu um processo lapidar de metamorfose de classes e, acabou rumando para a direita neoliberal), ao trazer à tona essas legendas o faço com a seguinte ideia: que as suas respectivas lideranças (de esquerda) estejam mais presentes nos processos sucessórios; lutem para garantir também o direito de apresentar seus respectivos candidatos, não esperem “outro momento”, mas, sim, reajam e se mobilizem; busquem parceiros sociais, enfim, não desanimem.

Na verdade, é necessário que esses diversos partidos do campo da esquerda se alinhem com uma proposta real para a comunidade codoense e acreditem em seu potencial, em sua capacidade de enfrentamento em relação aos candidatos da direita.

O grande problema que a esquerda local enfrenta é a incapacidade de resistência de suas lideranças; ou seja, a burguesia sempre consegue cooptá-las. Isso tem fragilizado a disputa de igual para igual com os setores majoritários dominantes.

O nível de articulação de hoje tem como pano de fundo as eleições de 2016. Não é à toa que a disputa pelo poder político entre a própria burguesia chega a limites extremos.

Por isso, a esquerda tem como principal tarefa rediscutir sua prática política equivocada, para, em seguida, reconduzir o processo de transformação da sociedade num patamar de equilíbrio. Se permanecer o atual estágio de correlação de forças desproporcional a elite econômica e política nunca serão ameaçadas numa disputa político-eleitoral, pois, ela atrai para si a maioria dos partidos de aluguel, inclusive, partidos do centro e da própria esquerda. Portanto, é fundamental que as lideranças dessas agremiações revejam suas atitudes, seus discursos suas condutas e fomentem o dialogo na perspectiva de compor uma efetiva unidade política na adversidade ideológica entre cada uma das tendências de esquerda.

A tarefa revolucionária de proporcionar uma mudança nos substratos sociais de nossa cidade e reinaugurar uma nova fase política vai depender da capacidade mobilizadora de todos os líderes de esquerda.

A esquerda local tem como se mobilizar. Tem como se aparelhar com figuras públicas que sejam capazes de absorver votos e tenham inserção social nos diversos movimentos sociais. É necessário criar alternativa. É fundamental ter alternativa. É indispensável ser a alternativa. Ficar no anonimato é permitir sistematicamente o controle do poder político aos elementos burgueses gerando uma situação “tanto pior melhor”. Mas a esquerda codoense não entende assim o processo de transformação. Ao contrario.

Construir uma Frente Democrática e Socialista deve ser no momento a prioridade da esquerda codoense. Não é possível engendrar uma transformação se não coexistir uma alternativa radical sustentada por uma unidade política de um mesmo sentimento e pensamento.

A burguesia já se prepara para a luta política. Nós, do campo da esquerda precisamos nos mobilizar e preparar-nos para o embate com toda garra e vontade. Codó clama por renovação e a renovação não se faz pela representação burguesa, mas, sim, pelo processo de luta da classe trabalhadora. A ela compete o poder de legitimar o grau de alternância que, direta e indiretamente almeja.

Sem dúvida nenhuma, o resultado deste processo eleitoral (2014) desembocará no ano de 2016, e a elite econômica e política com sua arrogância e teimosia não esperará que alguém se pronuncie, ela mesma fará isso, com sua representação política.

Portanto, a esquerda codoense precisa, urgentemente, se constituir na alternativa.

Por Jacinto Junior

5 Respostas

  1. Amigo Professor Jacinto; parabenizo-o pelo texto acima, não somente este, porém à todos que vc tem escrito neste Blog bem conceituado do Acélio….Continue transcrevendo seus pensamentos com esta sabedoria que lhe é peculiar… forte abraço! Xurica.

    1. Caro Sérgio Murilo (Xurica),
      Obrigado pela deferência. O povo precisa de esclarecimento sob o ponto de vista da imparcialidade. Tento aproximar os fatos ao cotidiano popular. Saudações, grande abraço.

  2. Quando Che Guevara de Shopping Center era secretário municipal e aliado político do Governo Zito (PV) (partido comandado no Estado pelo deputado Sarney Filho) ele não escrevia esses “artigos” demonizando a “direita”. Foi só levar o pé no traseiro pra começar com esse discurso esquerdopata. A coerência desse rapaz passou lá no KM 17.

  3. Prezado Jacinto, existe uma dificuldade de entendimento no seu texto sobre esquerda e direita, você se coloca como esquerda e que ela deve se alinha pra lutar contra os desmandos a violência que as elites dominantes imprime na sociedade, generaliza ao afirmar que os lideres esquerdista são cooptados. Mas de uma maneira geral creio que você pode ter uma prática alinhada com sue pensamento, vejo ainda que você tem acesso aos aparelhos midiáticos dominados pela mesma elite que você critica, a tirar pela própria publicação neste blog.Sendo assim lhe convido a participar efetivamente conosco dos Diálogos Pelo Maranhão, amanhã em Coroatá, e dos Diálogos Por Codó que tá acontecendo todas as quintas feiras nos Bairros, contribua conosco para que a mídia, sobre o completo domínio das elites, cumpra o minimo de função social e divulgue nossa agenda de atividades, por que o medo exagerado da rádios, TVs e Blogs do debate. Seria bom que o próprio povo sofrido e oprimido pudesse falar por si mesmo, essa deve ser nossa luta.
    Atenciosamente

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