
O crescimento de Codó é desordenado. Os povoamentos de áreas periféricas da cidade são feitos por quem vem da zona rural como é o caso de dona Piedade Mesquita Silva. A casa que ela tenta reconstruir agora na Vila Camilo II, é levantada como se fosse no campo – com paredes de barro, talo e cipó.
Mas no centro urbano há dificuldade a mais – está faltando água até para molhar o barro usado na recosntrução.
“No Codó é água toda hora né, porque lá carregava água na cabeça, eu digo – Não, pro Codó é melhor porque tem toda hora, mas por hora pra mim não…MAS JÁ SÃO TRÊS ANOS? Mas ainda não aconteceu”, disse ela ao blog decepcionada
ANOS SEM ÁGUA
O crescimento populacional, relativamente, rápido traz problemas para o serviço público e, conseqüentemente, para os novos moradores da área urbana. Já é certo que a distribuição de água, feita pelo Saae, não consegue acompanhar tal crescimento no mesmo ritmo e muitos são obrigado a esperar anos por uma regularização do abastecimento.
Visitamos um das maiores concentrações de novos moradores da cidade , chamada de Vila Camilo II, na Trizidela.
Na rua Nossa Senhora das Vitórias a água chega às 9 da noite e vai embora ás 6h da manhã há três anos, como nos revelou seu Raimundo Nonato de Jesus.
“Fica sem água, SE NÃO COLHEU A NOITE? De dia nós não cozinha, nem bebe e nem banha”, respondeu
CRIANÇAS SEM BANHO

No final da Av. Pantanal só crianças são 9 na casa de dona Maria de Jesus Cardoso da Silva. Ela reserva o que pode na madrugada quando a água chega na torneira, mas é tanta gente que é impossível satisfazer o mínimo durante o dia. Pior para ela é pagar a conta, numa situação dessas, com a renda que tem a família.
“Eu não tenho um aposentado, eu não tenho nada, eu só tenho a bolsa família de meus meninos e quando chega, chegou o talão d’água já foi tirar o dinheirinho deles e já vou e pago…QUANTO TEM? Meu dinheirinho é pouco, só R$ 134,00”, revelou
CONTAS E DESEMPREGO
A conta é motivo de reclamação entre todos eles porque a maioria vive desempregada e mantendo-se por meio de trabalho tipicamente rural como faz Jesuslene Alves que ainda quebra coco babaçu para pagar a água de R$ 14,00 que não chega durante o dia na sua nova morada.

FICA DIFÍCIL PAGAR UM TALÃO DESSES? Ah! Com certeza, a pessoa que vive as custas de quebrar coco, hoje é difícil, a distância que nós vamos quebrar coco é muito longe, aí fica muito difícil pra gente”, disse a quebradeira.