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Estou de volta a este blog, após submeter-me a uma cirurgia delicada, e sobrevivido, graças a Deus, a esta invasão necessária ao corpo. Durante este tempo, após a intervenção médica, em que permaneci recuperando-me, fiz algumas reflexões na busca de encontrar um sentido da nossa existência. Em certo momento fixei-me na palavra altruísmo, pois vi ali algum sentido na nossa vida, que não pode passar simplesmente por passar.

Carlos Magno da Veiga Gonçalves
Carlos Magno da Veiga Gonçalves

Num tempo em que a moda é olhar apenas para si mesmo, novos estudos defendem a importância de deixar o narcisismo de lado. Mas antes, vou fazer uma apresentação de definição do que realmente é altruísmo, segundo algumas publicações e especialistas da área:

“Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado nos seres humanos e outros seres vivos, em que as ações de um indivíduo beneficiam outros. Não é sinônimo de filantropia. No sentido comum do termo, é muitas vezes percebida como sinônimo de solidariedade.”

”A palavra “altruísmo” foi cunhada em 1831 pelo filósofo francês Augusto Comte para caracterizar o conjunto das disposições humanas (individuais e coletivas) que inclinam os seres humanos a dedicarem-se aos outros. Esse conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as inclinações específica e exclusivamente individuais (pessoais ou coletivas).”

“Além disso, o conceito do altruísmo tem a importância filosófica de referir-se às disposições naturais do ser humano, indicando que o homem pode ser – e é – bom e generoso naturalmente, sem necessidade de intervenções culturais (como religião e crença).”

Pelo que eu li, é também considerada uma doutrina ética que indica o interesse pelo próximo como um princípio “supremo” de moralidade. Vários pensadores defenderam o conceito de altruísmo, sendo que alguns defenderam a atitude representativa do altruísmo sem usar essa palavra. Este foi o caso do filósofo alemão Ludwig Feuerbach.

Fazendo um estudo mais aprofundado cheguei a me fazer algumas perguntas para encontrar o verdadeiro sentido de egocentrismo comparando com altruísmo. Que você faria se tivesse nas mãos uma maquina capaz de fazer milhões cálculos por segundo e conectar-se a qualquer pessoa do planeta? Se

perguntássemos isso a alguém no passado, talvez encontrássemos uma resposta útil. Hoje em dia a reação mais natural parece ser apontar a maquina para o próprio rosto e buscar o melhor ângulo para tirar uma foto, um selfie. Pode ser numa festa, parque, restaurante ou jogo da Copa do Mundo. A obsessão é tamanha que chega a causar acidentes graves. Tem-se conhecimento de vários deles. A moda é olhar para si o tempo todo, em qualquer situação. Isto chama-se egocentrismo. Pensar somente em si próprio. Ignorar, muitas vezes, o que se passa ao seu redor.

Esse comportamento egocêntrico nas redes sociais transborda para a vida real. “Colocamos nossa felicidade e nossos desejos num pedestal e nos esquecemos de pensar nos outros”, afirma o filósofo Roman Krznaric em seu livro Empatia, recém-lançado no Reino Unido. Krznaric é um dos autores que chamam a atenção para importância de desenvolvermos sentimentos com empatia e solidariedade nesta época individualista em que vivemos.   

Inicialmente, – e como é difícil para muitos, principalmente quando se vê nos jornais televisivos cenas de decapitação, apenas por interpretar com radicalismo escritos sagrados   – acreditar que o ser humano é bom. Durante séculos pensadores defenderam que o ser humano é mau por natureza. Thomas Hobbes, em Leviatã, descrevia uma guerra de todos contra todos. Charles Darwin foi outro a reforçar a crença do egoísmo, ao afirmar que a natureza das espécies é competir, não cooperar. Pessoas com alto grau de empatia – exemplo: Madre Teresa de Calcutá – não acreditam que o homem seja egoísta ou invejoso por natureza. Para eles, até que se prove o contrário, o ser humano é bom.

Nos ensinamentos para aumentar a empatia encontrei algo como uma maneira de desenvolver esse sentimento, é anotar cada vez que você tiver – ou presenciar em outra pessoa – um pensamento ou reação de empatia. Pode ser um ato de compaixão, um sentimento de angustia, por ver alguma cena que você se compadeça. O objetivo é tornar-se um “espião da empatia”. Você (nós), provavelmente, se surpreenderá com a quantidade de boas ações e sentimentos registrados.

Existem algumas barreiras que nos fazem perder a habilidade de nos colocarmos no lugar do outro: o preconceito, quando desumanizamos alguém e o definimos de acordo com as nossas crenças. A autoridade, quando usamos a desculpa de cumprir uma ordem ao fazer o mal a alguém. E, por último, a distância, quando deixamos de nos sensibilizar com o que acontece longe de nós. As pessoas mais empáticas conseguem transpor essas barreiras.

 O altruísmo, quem diria, pode nos trazer mais felicidade do que as poucas curtidas que ganhamos ao postar um selfie. Estudos mostram que os mais solidários tambêm vivem mais. Pesquisadores da Universidade Autônoma de Madri, na Espanha, e da Universidade de Montreal no Canadá, encontraram evidencias de que o altruísmo e a boa convivência podem ter um impacto considerável na expectativa de vida. Durante seis anos 1.174 idosos da cidade de Leganés, nos arredores de Madri, foram acompanhados pelos pesquisadores. Além de informações sobre a saúde de cada um, também foram analisadas as relações sociais que os idosos mantinham, o contato e a ajuda que recebiam de suas familias e a colaboração com os outros moradores, também de idade já avançada. Passados os seis anos os pesquisadores constataram que a maioria dos idosos que continuavam vivos eram aqules que se mostravam mais dispostos a ajudar seus vizinhos no cuidado dos netos ou nas compras do supermercado. Independentemente de seu estado de saúde no inicio da pesquisa, os mais generosos viveram mais.

A psicóloga Denise Diniz, psicóloga coordenadora do núcleo de qualidade de vida da Universidade de São Paulo (Unifesp), diz que “quem constrói fortes vínculos afetivos durante a infância e a adolescência, seja com familiares ou amigos, tende a ser mais altruísta. Para os que não deram a sorte de desenvolver essa capacidade pelo caminho, ela pode ser aprendida. Uma dessas características é saber ouvir.”

Para Krznacric (acima citado), essa é uma qualidade em extinção. Em seu livro, ele afirma que, com as novas tecnologias, o diálogo ficou em segundo plano. “As pessoas conversam pouco e sobre assuntos superficiais”, diz. Para desenvolver a empatia, é preciso ouvir os outros com atenção e interesse genuíno, sem interrupções e sem querer ser o centro das atenções durante a conversa. Ter interesses por realidades distintas das nossas também é uma qualidade comum entre os empáticos. Essas pessoas fazem questão de conhecer novas culturas e universos – seja viajando, seja se colocando em situações que não fazem parte de seu cotidiano.

A prática do altruísmo, a mim me parece simples, desde que você tenha algum sentimento de solidariedade ou de generosidade. Esses sentimentos fluem naturalmente principalmente se você for de boa índole. O altruísmo é uma pratica milenar. Sabemos disso através da leitura cotidiana que vem se estendendo desde a mais tenra idade até os dias de hoje.

Como diria um renomado articulista de uma mídia de grande circulação no país: “Vivemos uma crise de conversa. Conversamos pouco e, quando o fazemos, é de forma superficial. A conversa é a melhor maneira para enfrentar as emoções e as idéias de outras pessoas. Se não conversamos, a empatia dificilmente existe”.

Vou dar um exemplo meu. Procuro exercer essa empatia me deslocando, sempre que posso, do meu serviço até o posto de Moto Táxi ali próximo do ex-supermercado popular, até mesmo por recomendação médica. Ali encontro pessoas com vários conceitos e idéias. Fora alguns arroubos apaixonados sobre futebol e, principalmente agora, sobre política, a conversa flui. Com alguns você ensina, com outros você aprende. É uma troca de opiniões salutar e assim você vai exercendo a empatia. Todo esse comportamento é uma porta para a prática do altruísmo.

Aguçar a própria empatia é um caminho para tornar-se mais zeloso com o próximo e com o planeta. É inegável que uma das grandes vantagens de ser altruísta são os benefícios pessoais que isso nos traz. Quando nos importamos com os outros, ficamos mais felizes, vivemos mais e, de quebra, temos grandes chances de receber algo em troca, como o bem-estar. Isso quer dizer que não devemos fazer o bem a outro pensando no próprio beneficio. Klein não vê nenhum problema nesse altruísmo pragmático: “Egoísmo inteligente é ter uma visão ampla e reconhecer que nosso próprio interesse individual, a longo prazo, depende do bem-estar de todos”.

Depois de seguir todas essas técnicas, a tendência é tornar-se mais empático. Você estará mais atento aos sentimentos e às necessidades do outro. Com esse sentimento, será mais fácil perceber como ajudar – tanto o próximo como o planeta. Coloque sua empatia para funcionar e ponha-se no lugar das futuras gerações. Como você pode ajudá-las. Preservando o meio ambiente? Investindo na educação dos mais jovens? A empatia tem o poder de despertar bons sentimentos e boas ações. Pense nisso.

Carlos Magno da Veiga Gonçalves – notário

2 comentários sobre “Altruismo: uma atitude para um mundo melhor”

  1. Melhoras e Saúde ao “Carlos do Cartório”, e que continue nos agraciando com seus artigos.

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