Em meio a reinauguração da sede da Associação Comunitária das Trabalhadoras no Beneficiamento do Babaçu, realizada ontem (5) no Codó Novo, encontramos um grupo de quebradeiras de cheio de reclamações a fazer.

A mais revoltada entre elas era a senhora,  Raimunda Nonata Freitas Lima, que foi logo tratando de explicar que não pega o mesmo  caminhão que leva e traz quebradeiras pra região do km 17, mas vive do babaçu em outras localidades.

Ela reverberava uma inquietação. Disse que estão usando o nome das quebradeiras de coco e que as verdadeiras não têm direito algum sobre o que chega de benefício.

“O lado ruim é que aqui pertence à quebradeira de coco somente pra ser usado o nome porque o que vem as quebradeiras de coco não têm direito”, afirmou

FALTA QUEBRADEIRAS NO PROJETO

Dona Raimunda, apoiada verbalmente pelas demais, disse que à frente da associação, com sede reinaugurada, existem pessoas que não são do meio ou já foram e deixaram há muito tempo, citando como exemplo a própria presidente Áurea Maria da Silva.

“Começa porque quem trabalha aqui dento não é quebradeira de coco, eu sou quebradeira, se eu largo de quebrar coco, tá com dez anos que eu larguei de quebrar coco, eu não sou mais quebradeira de coco…E TEM GENTE ASSIM? Tem, é o que mais tem aqui, aqui dentro tem pessoas que nunca nem quebrou coco”, respondeu,  continuando.

“O que seria correto é que fosse afastado as pessoas que não são quebradeiras de coco, que se passa por quebrador de coco, porque aqui tem agente de saúde, aqui tem zelador de escola, começa da própria presidente que ela trabalha num posto de saúde, então há 14 anos que eu conheço ela eu nunca vi dizer que ela quebrasse coco”, concluiu

COMPANHEIRAS ILUDIDAS

Raimunda também denunciou que o vigia do local e a esposa dele não são quebradores de coco babaçu, o que acha errado. Encerrou suas críticas admitindo que pouco pode ser feito para mudar a realidade sem uma ajuda externa, pois internamente muitas companheiras já estariam iludidas.

 “Eu  acho que seria legal que tivesse alguém que ajudasse a gente a resolver esse problema, mas como tem muitas quebradeiras de coco que já tão iludidas por conversas, elas acha que isso tá certo, mas é incorreto”, encerrou angustiada

ASSOCIAÇÃO PARA TODAS

A presidente Áurea informou (não diretamente falando sobre este assunto uma vez que não foi provocada a respeito ainda pelo blog), que o projeto agrega diretamente apenas 20 quebradeiras de coco, mas que todas, indiretamente, são ajudadas pela associação que comprará a amêndoa do babaçu extraída por elas à um preço maior que o de mercado (R$ 1,50 o kg na associação).

“Aqui dentro mesmo não tem como participar mais de 20 mulheres, porque você sabe que o estabelecimento ainda é pequeno, mas elas estão direito e indireto com a gente porque a gente compra a amêndoa delas com um precinho melhor, é o que a gente pode fazer, a gente compra e elas estão, porque tudo elas tem participado porque eu participo pra todas”, afirmou a presidente Áurea